quarta-feira, 2 de maio de 2012

A dor

Nenhum ser humano busca a dor. Mesmo o masoquista busca o prazer decorrente da dor física. Há também, por exemplo, aqueles que reforçam o sofrimento pelo prazer que obtêm na piedade alheia. Mas ninguém tem a dor como fim.

Ainda que não possa ser fim em si mesma, porém, os exemplos patéticos e doentios que citei acima já evidenciam suficientemente que a dor pode ser boa como um meio.

É certo que ela destrói os fracos sempre que eles não conseguem se refugiar de todo sentir, seja na dependência química de drogas seja na dependência psicológica das religiões. Mas, pelo próprio contraste, é belo o que a dor faz pelos fortes.

A dor enternece corações ao mesmo tempo em que fortalece a vontade. Ela, e somente ela, propicia insights sobre o que houver de mais profundo na vida. As mentes mais analíticas também recebem da dor a introspeção necessária para seu desenvolvimento. O que dizer então dos efeitos da dor sobre o gênio do artista?

Mas, talvez, quem sabe, haja também aqueles que simplesmente não sofram, blindados de alma que já nasceram. Será possível? Se for, então que seja: eles existem! Mas é certo que eles não vivem...

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